É uma coisa rara de ver
O ano é bom, muito bom
Estou feliz podes crer
e
Por onde fores minha princesa
Serei teu vento, tua certeza
E os caminhos do alto por mais baixos que forem
Serão nosso alento, nosso abrigo, nossas flores
DINORÁ, COM AGA NO FIM - O nome da menina vai ser Dinorá, com agá no fim. Meu pai, um matuto,pouco sabia ler, saiu do tabelionato com aquela certidão de nascimento onde constava o meu nome Dinoracomagánofim Leitão – este era o nome de família, Leitão. Minha idade? de aparência uns 48, modéstia a parte, a mentalidade de uma mocinha de 22, e de coração uns 120. Já fui solteira, casada, viúva, casada, divorciada e casada outra vez. Muito prazer, sou Dinorah, com agá no fim.
Sumidíssima!
Mortinha de saudades da vizinhança de blog. Louca para saber das novidades, sem tempo nem de fazer uma visitinha de médico, mas acho que esta semana consigo entrar nos eixos. Como vocês sabem, estou às voltas com as aulas de Artes e acabo por me envolver de tal forma que minha casa se transformou no local de ensaio de peça teatral, café da manhã com alunos que vem cedinho me visitar, outros vem à tarde. Acabo por “perder meu tempo” com pequenos adolescentes rodeados de tantos problemas que não acho justo não lhes dar um pouco de atenção. Aluno gay, aluno que não conhece o pai, família envolvida com drogas, menino criado por parentes, por não ter mais nem pai nem mãe – minha mãe fugiu e meu pai morreu. Enfim tanta coisa que na idade deles eu não sabia que existia, acabo por recebê-los e descuidando do que gosto tanto de fazer – mas existe coisa melhor do que ouvir crianças? Saber de seus sonhos, o que fazem, como vivem?
- Meu pai é pescador.
- Eu vendo queijo na praia.
- Eu faço “carrego” na feira. (carrega as compras em um carrinho de mão até a residência das pessoas).
- Eu venho todo dia de barco. Viajo uma hora para chegar à escola.
Daí que nas aulas eu brigo com eles, xingo porque não estão prestando atenção, que conversam o tempo inteiro, mas sou apaixonada por cada um – quanto mais medonho mais eu gosto.
Outro dia, uma segunda feira, 7:30 da manhã, ouvi Seu Zé, dizer que já estava abrindo o portão. Imediatamente a escola silenciosa até então foi invadida por uma algazarra, gritos, empurrões. Para espanto do meu marido, que é professor há muitas décadas, declarei que sempre que ouvia aquela algazarra derrubar o silêncio sentia como se o meu sangue corresse mais forte nas veias, que adorava aquela sensação. - o que não impede que saia meio zonza da aula.
- Você é louca! – declarou o velho professor.
- Certa eu sei que nunca fui! – peguei meus cadernos, e fui enfrentar as feras que no fundo são muito belas.
Sabe aquele ditado que diz: “Quando o discípulo está pronto o Mestre aparece?” – No meu caso são mais ou menos 280 Mestres!
Quando de sua última visita, Hilda trouxe um “gaínho” de roseira. Plantei, reguei, dei amor e carinho. Na última sexta feira desabrochou a primeira rosinha. Em virtude da data tão especial, batizei-a de “Leidiqueiti”.
Como a natureza é inteligente! Aquele mísero galhinho, fininho, com uns 10 cm de comprimento, está se transformando em uma roseira e já deu sua primeira flor que ofereço à uma pessoa que admiro muito, há muito tempo, como profissional, mulher e, sobretudo pela força, coragem e generosidade com que enfrenta e partilha a vida. É para a Andrea, autora do mais divertido e inteligente blog que conheço - o Banheiro Feminino - http://banheirofeminino.com.br/ - e do cativante A Viúva Verde - http://aviuvaverde.wordpress.com/.
Obrigada Andrea.
H
No principio, todas as palavras vinham com agá
Antes.Certo dia, por não se saberem úteis,
Resolveram abandonar a empresa.
Como sempre há fura-greves
E dedos duros (embora estes não se encaixem na contenda,
O que nada impede posarem de figurantes) Ficou o agá de hoje, de hora, de halo,
De hipogrifo.Dinorah, faceira que só ela,
Ora tem, ora não tem
O pensado,
Mas não dito.Se bem que ,
No caso de Dinorah,
O agá não é de principio.
Poema de Guto Leite, em "Poemas lançados fora”