Sente aí meu irmão É uma coisa rara de ver O ano é bom, muito bom Estou feliz podes crer
A história de Dinorah você encontra em: DINORACOMAGANOFIM: Muito Prazer! Dinoracomagánofim.



Dinorah

Dinorah

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

"ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO..."



História da música de Ano Novo

Você sabia que a famosa música que é cantada na passagem de ano foi criada por Chico Alves, um dos mais populares cantores do Brasil, e tem a letra do compositor e jornalista brasileiro David Nasser, foi feita em 1951?
Afinal, Dinorah também é cultura!


"Fim de Ano"
Composição: Francisco Alves e David Nasser

Adeus ano velho
Feliz Ano Novo
Que tudo se realize
No ano que vai nascer.
Muito dinheiro no bolso
saúde pra dar e vender
Para os solteiros
Sorte no amor
Nenhuma esperança perdida
Para os casados
Nenhuma briga
Paz e sossego na vida

Informação retirada do site: http://www.suapesquisa.com/musicacultura/musica_ano_novo.htm

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

OXUM, A ORIXÁ DE 2011.


Para quem curte, e aos umbandistas de fim de ano, informo que o Orixá regente de 2011 é mãe Oxum, a deusa da fertilidade, a orixá das águas doces, rios e cachoeiras, logo é mãe água. Sua cor é o amarelo, em todos os tons. Seu prato a canjica, o mamão e o mel. Em mãe Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de "Senhora do Ouro”. Seu dia da semana é sábado.
Nas religiões afro-brasileiras é sincretizada com diversas Nossas Senhoras. Na Bahia, ela é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil, é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada à denominação de Nossa Senhora da conceição Aparecida.
Seus filhos e filhas são doces, sentimentais, agem mais com o coração do que com a razão e são muito chorões. Também são extremamente vaidosos e conquistadores, adoram o luxo, a vida social, além de sempre estarem namorando.
Oxum é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.
Então, quem desejar amor e dinheiro deverá vestir branco e amarelo. Ou ainda, branco com muita bijuteria dourada!
Feliz 2011.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Meu Melô!




Rita Lee e Roberto de Carvalho
(1980)
Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio
Viver pelado, pintado de verde num eterno domingo
Ser um bicho preguiça e espantar turista
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol

Se Deus quiser um dia acabo voando
Tão banal, assim como um pardal, meio de contrabando
Desviar de estilingue, deixar que me xinguem
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, banho de sol

Baila comigo, como se baila na tribo
Baila comigo, lá no meu esconderijo

Se Deus quiser um dia eu viro semente
E quando a chuva molhar o jardim, ah, eu fico contente
E na primavera vou brotar na terra
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol

Se Deus quiser um dia eu morro bem velha
Na hora "H" quando a bomba estourar quero ver da janela
E entrar no pacote de camarote

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Helga e a simpatia para Ano Novo.


- O que foi Helga, porque este sorrisinho dissimulado?


- Não foi nada não, só estava lembrando de um reveillon. - deu uma gargalhada e como é muito barriga fria, não aguentou. – Sabe Dinorah, uma vez fui convidada para o reveillon na casa de uma amiga muito chique. – desconheço qualquer amiga da Helga que não seja “muito chique”, ela só se dá com nobres, ricos, chiques, bonitos e charmosos. – Quando a minha amiga me convidou, perguntei se precisava levar alguma coisa. Minha amiga muito chique disse que não precisava levar nada, só a simpatia. Imediatamente, me destrambelhei rua a fora, percorri todas as lojas de artigos de candomblé e umbanda. Descobri que o orixá regente do próximo ano seria Ogum, e as cores eram vermelho e verde. Comprei várias peças de fitas com as cores do ano, patuás, folhas de louro. Uma mãe de santo de plantão falou que, na virada do ano, deveria tomar um banho de pipoca e milho, em uma encruzilhada. Providenciei tudinho, nem a água de cheiro deixei faltar.


- Você não levou arruda, Helga? Levou? – será que a maluca seria capaz de levar aquela erva tão fedida numa festa tão chique?


- Claro que sim, aquilo fedia como o quê! Cheguei, na casa da minha amiga chique, cheia de pacotes e sacolas. A festa estava rolando, muito champanhe e música, todos de branco na volta de uma imensa piscina. Fui de convidado em convidado amarrando fitas coloridas no pulso de cada um, distribuindo patuás, folhas de louro, o tal raminho da fedida arruda. Ensinei o mantra do ano a todos. Próximo da meia noite, convoquei os amigos para irem até a esquina – para o banho de pipocas e milho. Por sorte a mansão da minha amiga era em uma esquina do também, muito chique, condomínio. Fiz o maior alvoroço. Joguei pipoca e milho em cima de todo mundo. Era pipoca e milho esparramados para todos os lados. Enquanto jogava a pipoca, rodava em círculos, como a mãe de santo havia me ensinado, sete vezes para um lado, sete vezes para o outro, repetindo o mantra do ano. - imaginei aquela criatura gorducha, toda de branco, rodando feito uma pomba gira acima do peso, e soltei uma gargalhada, enquanto ela continuava. - Dinorah, a festa foi até o amanhecer. Tomei um maravilhoso porre de champanhe – era dos bons, coisa de gente rica, sabe? Estava atirada num canto do jardim, virada num bagaço, quando uma mocinha veio falar comigo. Perguntou se eu era mãe de santo. Falei que não - juro que não entendi e perguntei o porquê de sua indagação.


- Por causa do ritual da meia noite – respondeu a mocinha com uma cara de pateta.


- Ah! Querida, é que sou muito amiga da anfitriã e ela me pediu que trouxesse a simpatia – juro que fiquei meio sem graça. Será que exagerei? Quem sabe só uma folhinha de louro fosse o suficiente? – Foi quando a dona da casa, que ouviu a conversa interferiu:


- Helga, eu lhe disse que não precisava trazer nada. Só a simpatia. A sua simpatia!

.......................


- ...Dinorah, este ano a gente só precisa vestir branco, pular sete ondinhas, repetir o mantra do Gilson Chvei Oen – “Tudo perfeito e maravilhoso 2011”, mais umas folhinhas de louro...


- Helga chega! Lá vem você com seu excesso de simpatia!

Oscar Niemeyer completou 103 anos!

Do que um gênio é capaz!

"Ele (Niemeyer) gosta de manter a cabeça ocupada o tempo todo e por isso nunca pensou em parar de trabalhar", explicou à Agência Efe Vera Lucia Niemeyer, a mulher que o arquiteto se casou às escondidas aos 98 anos e que foi sua principal auxiliar por mais de 10 anos.

Nem a idade nem os problemas que o levaram ao hospital por várias vezes nos últimos anos impedem que Niemeyer trabalhe normalmente.

"Por que seria diferente com o trabalho? Ele vive tranquilamente, tem uma dieta normal e segue tomando seu vinho. A única mudança é que parou de fumar há três meses", garantiu Vera Lucia.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Helga e a nobreza.


Acho Helga uma boa pessoa. Tem lá seus defeitos, mas tudo compreensível e razoável. Que é muito exibida, todo mundo já sabe, mas ultimamente anda impossível. Deu para jurar que tem um amigo conde. Ora, já expliquei para ela que o Brasil é uma república e não monarquia então, títulos de nobreza não existem. De que adianta? A exibida segue afirmando que se existisse monarquia, seria amiga de um conde sim!
- Dinorah, você não entende nada de nobreza, não tem nenhum amigo nobre por isto, que você implica com minhas amizades. Aliás, ele nunca me disse que era conde, eu é que descobri, sem querer, você sabe o quanto sou abelhuda. Vou lhe explicar como um conde de comporta e então você vai entender por que tenho tanto orgulho de ser amiga de um. – Se empolga e começa a enumerar uma ladainha de qualidades de seu amigo conde.
- Helga, você já me falou tanto deste amigo, vai falar outra vez?
- Vou! Talvez assim você aprenda que um conde em primeiro lugar fala baixo, não ri alto, se veste com elegância. Tem modos diferentes dos plebeus. Tem uma conversa agradável, entende de teatro, cinema, literatura, fala várias línguas, conhece o mundo todo. Sabe apreciar bons restaurantes e bons champanhes. Sabe até jogar besigue.
- Helga, você sabe ser chata! Sei que você é bem fantasiosa, deve ter conhecido algum pilantra que lhe disse que era conde e você caiu como uma pata gorda.
- Deixe de ciúmes Dinorah! Não precisa me jogar na cara que eu só andava com marginal. Eu sei bem que conheci um monte de pilantras, alguns que até roubavam cinzeiros nos restaurantes, outros que adoravam comer pastel na zona norte, ou cachorro quente de balaio na zona sul. Teve até um que me trouxe uma encomenda do exterior, eu paguei o valor que ele falou, só não converti os dólares - mas aí a pilantra fui eu. – ela fala isto e disfarça um sorrisinho de quem se deu bem. - Tá bom, estes existiram sim, mas eu também conheci um conde, não adianta você ficar com ciúmes só porque você nunca conheceu um. Lembra do Raul Cortês quando fez uma novela onde era um barão, casado com a Glória Meneses? O meu amigo é assim gentil como o barão da novela, só que o meu amigo é CONDE – fala isto bem alto, com um imenso peso no ene de coNde. – e conde é mais que barão, então você imagine só como o meu amigo é educado e gentil.
Ás vezes penso que esta gorducha anda assistindo muito filme – já é íntima da Scarlett O’Hara, trata a Glória Pires como amiga de infância, adora fazer compras na Rodeo Drive com a Julia Roberts e agora resolveu que tem um amigo conde. Resta uma dúvida, nunca tive coragem de perguntar, mas hoje ela me paga:
- Helga, então me explique como é que um conde tão chique pode ser amigo de uma plebéia tão destrambelhada?
- Bem Dinorah, é que agora o Brasil é uma republica! – dá uma gargalhada como quem diz: peguei um bobo na casca do ovo. – Helga está cada dia mais caduca, ora, onde já se viu um conde ser amigo deste estrupício.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Helga chorando?


Hoje dei uma passadinha na casa a Helga. Bati na porta e levei o maior susto. Helga me atendeu com o rosto inchado de tanto chorar. Assustada, perguntei o que havia acontecido, tivesse esperado um segundo, teria evitado a pergunta. Sobre o sofá, várias almofadas, na mesinha de centro, cigarro, isqueiro, cinzeiro, uma bacia de pipocas, bombons, coca zero, e uma enorme caixa de lenços de papel - arsenal completo para três horas de filme.
- Entre Dinorah, estou assistindo “E o vento levou”, está bem naquela parte em que a Scarlet cai da escada, adoro chorar com este filme!
Eu devia saber, Helga gosta muito de cinema, assiste de Mazzaropi a Wim Wenders, mas tem dois filmes que acredito que ela assista no mínimo uma vez por mês –“E o Vento Levou” e “Uma linda Mulher”. Ela sabe todas as cenas e diálogos de ambos. Acomodo-me no sofá, me sirvo de coca zero. Ela me estende a caixa de bombons enquanto diz que não consegue tomar coca zero sem um chocolate depois, é a melhor combinação do mundo! - Dá uma risada e, parafraseando Scarlet, afirma com convicção:
- “Nuca mais passarei fome!” – e, com a boca cheia de chocolates dá uma de suas gargalhadas. – Sabe Dinorah, eu acho a Scarlet maravilhosa, gostaria de ser determinada como ela, mas como sofreu a bichinha! Aquele Rhett, o que tinha de gostosão tinha de sem vergonha. Ela, também era bem uma patricinha, tenho pena da pobrezinha da Mammy que aturava as manias da dondoquinha. – Aperte mais Mammy! – Helga imita Scarlet dizendo para a escrava apertar-lhe mais o espartilho, - enquanto fala, encolhe a barriga, como se o espartilho estive sendo apertado em sua cintura.
Helga tem uma intimidade com os personagens, é como se fizesse parte do elenco, fosse uma das amigas da orgulhosa Scarlett O’Hara.

Ontem assisti “Uma linda mulher” – a parte em que mais gosto é aquela...
- Aquela em que o Richard Gere sobe a escada e chama a Princesa Vivian? – interrompo.
- Não, não. Esta é legal, mas a que eu mais gosto é aquela em que a Julia Roberts está fazendo compras na Rodeo Drive, cheia de sacolas, e toca aquela música "prety woman, walking down the street, tarãra rã rã” – Helga levanta do sofá e começa a cantar e dançar. Está com um camisetão enorme aparecendo as calcinhas. Dança e canta feliz da vida, ainda sobram alguns resquícios do vento levou, uma ponta de nariz vermelho, mas ela já está em outro filme. Reparo que está com as calcinhas viradas, vestiu a frente para as costas.
- Helga, suas calcinhas estão viradas, você vestiu ao contrário.
- Não vesti não – continua cantando, agora dança em cima do sofá – é assim que eu gosto. Eles fazem estas calcinhas para quem tem bunda e não tem barriga. Eu tenho barriga e não tenho bunda, então descobri que assim, ao contrário fica muito mais confortável – “Pretty Woman tarãrã rã rã Prety Woman tarãrãrã..
A Helga tem tudo para ser a Mammy, mas jura que é a Julia Robert, fazer o quê?


“...pretty womann...tarãrãrã rã...”




domingo, 12 de dezembro de 2010

Hilda está vindo!


A Helga está feliz da vida – mais feliz do que o normal – contou que recebeu um telefonema da Hilda, dizendo que virá visitá-la no final de janeiro.
- Dinorah, mal posso esperar! A Hilda vem me visitar – dá pulinhos de faceira – Adoro a Hilda, ela é tão cheia de novidades, sempre tem um novo ponto de tricô ou uma receita diferente, mas o que eu gosto mesmo é do pão sovado que ela faz, é igualzinho ao que nossa avó fazia. Você sabe não é Dinorah, que a Hilda sempre vem carregada de um sortimento de linguiças, murcilia (morcela), queijo de porco, griber (torresmo) schmier (geléia) de uva, – é a Hilda que faz tudo, já deve estar até matando o porco para fazer as delícias.
A gorducha lambe os beiços e revira os olhinhos quando fala da visita da irmã. Mas sei bem por que Helga adora a visita da irmã – elas põem o Adolfo a fazer caipirinhas, bebem como duas gambás e, em dueto, gargalham do jeito que o pai sempre disse para não fazerem. Sem contar que Hilda também trás um estoque de vinhos e uma garrafona de Underberg, um bitter sem o qual a magrela não vive, diz que faz bem para o estômago, entre uma caipirinha e outra toma um gole do amargo. Elas bebem, fumam e o Adolfo nem se mete, também adora a visita da Hilda. É quando ele pode beber, sem que Helga fique contando o número de latinhas que já abriu. Enche as duas de caipirinha enquanto acaba com o estoque de cerveja.
Viva a Hilda!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Helga e a sinceridade.

Como já havia dito, encontrei a Helga na praia. Estava com o duas peças de oncinha, um chapéu imenso e um enorme óculos de sol. Na praia todos conhecem Helga. - ela não passaria desapercebida nem nas Americanas em véspera de natal.- Estava feliz, um copo de cerveja em uma das mãos e o cigarro na outra.
- Dinorah! Que bom que você veio! Pensei que fosse passar o dia como uma velha, esgravatando aquele jardim. Como está quente! Já tomei vários banhos de mar, estava pegando jacarés com o Adolfo. – como sempre, ela fala muito, sem parar.
- Helga, agora você pode bronzear a barriga.
- Você gostou? – mostra o modelo fazendo pose, girando o corpão para um lado e para outro - O Adolfo disse que eu fiquei bem e eu estou me adorando! – nisso passou uma moça muito bonita, ela parou de falar, se virou acompanhando a moça com o olhar – viu só que moça bonita? Ela é parecida com aquela uma, sabe aquela que tem uma boca que arrebita nos cantos, a filha da Glória Pires. A Glória eu acho um amor – fala com uma intimidade que parece que foram criadas juntas – mas a filha dela eu acho uma chatinha, e aquele irmão da filha? Aquele parece um sabiá que caiu do ninho, que duas criaturinhas mais chatinhas, devem ter puxado ao pai, não gosto dele, também acho um chato de galocha. Acho que a Glória deve pensar onde é que estava com a cabeça quando se apaixonou pelo chato-pai, teve a chata-filha, por sorte não é mãe do chato-filho, aliás, é a família mais chatonilda que conheço
- Helga, você não devia falar mal de quem não está presente.
- Eu sei que é feio, que é falta de educação falar mal pelas costas, mas vou lhe dizer uma coisa. Eu sou do tipo que já aviso antes: quem quiser falar mal de mim, fale pelas minhas costas, odeio este negócio de gente super sincera que fala na cara. Acho uma falta de respeito. Se for para falar bem, pode falar na cara, mas mal? Por que é que eu preciso ouvir tudo o que já sei? Será que as pessoas não sabem que eu sei quando faço uma coisa errada? Claro que sei, não preciso ouvir mais crítica sobre o que já estou me criticando – então, se for para falar mal, falem pelas costas, não me importo. - fala tudo isto com muita calma e concluí que - chega de assunto sério, - assunto sério? - vamos pegar uns jacarés, estou com muito calor.
A gorducha linguaruda tem cada uma... assunto sério...
- Vem Dinorah, pega esta! Vai dar um jacaré dos bons! - e lá se vai ela, embolada na onda, batendo os pezinhos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Helga e a Comadre Blonde.

- Huhu! Aqui Dinorah! – era ela, na porta do shopping, acenando com a mão, dando o seu gritinho característico o huhu!, como se eu não tivesse visto aquele enorme jardim, que não era suspenso, mas bem poderia ser ambulante. - Que bom que você é sempre pontual, Helga. – ela é ansiosa demais para chegar atrasada, está sempre na frente. Como não encontrá-la? Estava com um vestido de floreado. - Gostou do meu vestido de flores? Cansei de andar com aquela bicharada, as onças, leopardos e zebras, o Adolfo disse que, qualquer dia destes, eu levaria um tiro na bunda, de algum caçador distraído. – falou isto e soltou uma de suas gargalhadas. Quem ainda não havia reparado no “jardim” agora já a teria visto. Todos que estavam nas redondezas se viraram para ver de onde vinha a gargalhada. – Com esta estampa, só quero borboletas e beija-flores na minha volta. – o bom que ela não precisa que lhe digam nada, assume o que gosta e pronto.

-Dinorah, a gente podia merendar antes de fazer as compras, assim baixo minha ansiedade. Na confeitaria pediu uma fatia de Marta Rocha com chá sem açúcar, para não engordar. - Dinorah, eu adoro nozes dizem que tem ômega3, por isto acho que vou pedir mais uma fatia. De repente surgiu uma mulher loura, alta, magra, muito bronzeada, toda vestida de azul calipso, cheia de colares, toda charmosa. Usava muitas pulseiras em um dos braços, no outro um enorme relógio dourado com o mostrador azul, as pedras de alguns dos colares também eram azuis. As duas se olharam e, de imediato, se abraçaram fazendo um alvoroço. Falavam alto, riam. Ambas soltavam o mesmo tipo de gargalhada, estavam muito felizes por se reencontrarem. - Dinorah, deixe lhe apresentar. Esta é minha Comadre Blonde, ela não é linda? Feitas as apresentações, a Comadre Blonde enturmou-se e as duas não pararam mais de falar e rir, tudo muito alto. Lembravam de histórias antigas e davam gargalhadas. - Helga você está muito bem. Esta roupa florida ficou ótima! - a voz da Comadre era de quem fumava muito – depois soube que ela fumava até debaixo do chuveiro, se é que isto é possível. Daí para frente Comadre Blonde passou a falar e fiquei sabendo um pouco sobre ela. Lá pelas tantas disse que sua musa inspiradora era Adriane Galisteu – eu sabia que já tinha visto aquela mulher em algum lugar, era parecidíssima com a Galisteu – adorava jóias, tinha até um fornecedor exclusivo, que lhe vendia no domicilio. Quando Helga tinha alguma festa chique pedia as jóias da Comadre emprestadas, Blonde também era muito generosa. - Comadre Blonde, que coisa mais linda sua sandália! – na mesma hora, não sei como pode, a até então tão elegante Comadre Blonde, espichou aquela longa perna e colocou o pé em cima da mesa, exibindo a sandália, para o espanto de todos na volta. - Pois eu também Helga, achei maravilhosa esta sandália. É italiana! Paguei uma fortuna por ela!

Embasbacada com a cena entendi a amizade sincera entre as duas – eram iguais. Uma mais discreta do que a outra!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Imagem de Natal



Esta obra, desejando Feliz Natal, foi publicada por Odilon Trindade, em seu Blog IMAGINAÇÃO E IMAGEM. Gostei tanto que pedi autorização para publicar no blog da Dinorah. Aconselho uma visita por lá, o cara faz coisas incríveis.
http://imaginacaoeimagens.blogspot.com/

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Falta de foco, ou vivendo a vida.


Sabe quando a gente tem alguma coisa para fazer e fica adiando? Assim eu estava fazendo com o meu jardim. Já devia ter semeado novas plantinhas, mudado a terra, enfim, dado um trato, mas fui adiando, adiando, até que ontem, resolvi tomar vergonha na cara e fui para a lida! Peguei toda a traquitana de jardinagem e mãos a obra.
Estava com tudo esparramado, o pátio cheio de baldes, bacias, vassouras, sacos de terra e adubo, suando como uma porca, quando o Alberico teve a brilhante idéia;
- Dinorah, o dia está lindo, vamos para a praia?
Na mesma hora, literalmente, chutei o balde e me mandei para a praia. Estava ótimo, solzão, marzão, cervejão, cocão.
Quando cheguei em casa, olhei para o jardim – agora vocês estão imaginado que eu vou contar que me deparei com o jardim mais lindo do mundo, todo arrumadinho, limpinho, os apetrechos todos guardados e as sementinhas brotando? – nada disto. As fadinhas do jardim não vieram, continuava tudo esparramado como deixei, parecia que um furacão havia passado, mas fazer o quê? A praia estava uma delícia e este dia não voltará mais, acho que fiz uma bela aplicação na bolsa de valores dos prazeres da vida

Carpe Diem!



ps.: encontrei a Helga na praia - esta parte conto amanhã.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sonho de um dia de verão de 1961.

Como é que alguém que só tem seis anos pode sonhar que de repente ficou velha? Que o tempo passou muito rápido? Foi o que aconteceu comigo ontem. Sonhei que havia se passado muito tempo, que eu era bem velhinha, enrugada, as pálpebras caídas, óculos na ponta do nariz, queixo duplo, papada, cabelos brancos, sentia umas dores esquisitas pelo corpo. Senti medo daquela velha. Ainda bem que meu irmão me acordou.
- Acorda, tu não queres ir à praia?
Nada como um banho de mar, castelos na areia, muitas brincadeiras - e a velhinha do sonho, que fim terá levado? – tomo banho de mar com meu pai e meus irmãos, minha mãe nos observa feliz, sorrindo, lá da praia.


...e a velhinha? a velhinha que se dane!

As compras de Helga


- Hu Hu! Dinorah?!
Já conheço este hu hu! É ela gritando lá no portão
- Entre Helga! Cheia de sacolas, imagino que tenha ido às compras?
- Pelo amor de Deus! Consegue um talquinho? – joga as sacolas em cima da mesa e se estatela na poltrona – fazer compras no verão é um sacrifício. Não, não é sacrifício, comprar sempre é bom, eu quero dizer, andar na rua neste calor é difícil, fico com as pernas assadas. – vai falando enquanto esfrega o talco nas coxas assadas de tanto roçarem uma na outras, soltando gemidos de alívio
- O que você comprou? O que é que tem dentro destas sacolas?
Ela se faz de sonsa. Faz de conta que não quer mostrar o que comprou quando na realidade é tudo o que quer.
- Pois é, nem queria mostrar, queria fazer surpresa. Quando nos encontrássemos na praia você veria a novidade.
- Comprou maiô novo?
- Que maiô que nada! Enchi saco de usar essas coisas de velha. - puxa da sacola um duas-peças de oncinha. Oncinha? Estou sendo generosa, devia ser uma onça adulta e muito bem criada, era muito pano. – este negócio de não mostrar a barriga só por que se está uns quilinhos a mais, não tá com nada. Este ano vou bronzear tudo!
Estica o bustiê sobre aquela montanha de peitos e se auto elogia,
- Ficou bom não é? Deixa eu te mostrar o resto – agora se empolgou, ninguém mais segura - comprei um baby dol de cetim dourado que é um luxo! Só quero ver o que o Adolfo vai achar – dá uma risadinha marota, os olhinhos deixam transparecer as más intenções da criatura. De repente fica séria, faz um muxoxo, segura o baby dol contra o peito e diz que nem sabe bem por que o comprou. - Sabe Dinorah, aquele fogo que eu tinha? Pois é, ultimamente nem ando assim tão chegada no esporte, mas eu é que não vou falar nada para o Adolfo, vá que ele arranje outra para apagar o dele – ela adora falar do fogo do Adolfo, do quanto ele é insaciável, mas tenho minhas dúvidas de qual dos dois está com a chama mais fraca, logo ela que adora dizer que conhece tudo de sexo, que já leu o Kama Sutra de cabo a rabo, sem contar um artigo muito bom - “1.001 Maneira de Enlouquecer um Homem na Cama”, que leu em uma NOVA, em mil novecentos e se virando, quando tinha vinte anos, e guarda até hoje na cabeceira da cama.
De outra sacola tira muitos cortes de tecido, um verdadeiro zoológico, onças, tigres, zebras, jacarés. Reclama que só fazem roupas para anêmicas, razão pela qual vai procurar uma costureira para fazer uns modelos exclusivos.
- Outro dia, a moça da loja, me mostrou um vestido, falou que aquele deveria me servir, era XL. Quem disse? Faltou mais de palmo e meio para fechar. Aquilo me irritou tanto, falei para ela que aquele XL deveria ser o ” XiseLe Bündchen”, de tão pequeno e jurei que nunca mais entraria naquela loja.
Helga não é nada discreta, não tem um pingo de compostura. Lembrei de um passeio que fizemos ao zoológico. Quando chegamos frente a jaula do tigre, um bicho enorme, lindo, e ela deu um suspiro e exclamou:
- Nossa! Que casaco lindo!
Tampouco é ecológica...




quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

4 de dezembro dia de Santa Bárbara e Iansã


Santa Bárbara A liturgia católica conta que Santa Bárbara era muito bela e que seu pai, com muito ciúme, a trancou numa torre com duas janelas, para não arranjar pretendentes. Durante uma viagem do pai, ela decidiu ser batizada cristã, pedindo para abrir mais uma janela na torre, como homenagem a Santíssima Trindade. Quando seu pai voltou, ficou furioso, provocando a fuga da filha. Porém, ela foi denunciada, condenada e, depois, executada por seu pai, que lhe cortou a cabeça. Após a execução o pai teria sido atingido por um raio. Iansã Já no sincretismo com o candomblé, a santa se assemelharia a Iansã, divindade dos ventos, tempestades e raios. Nas lendas yorubanas, Iansã foi a primeira mulher de Xangô, do qual ela roubou o segredo cuspir fogo e chamas pelo nariz e pela boca. Antes de ser mulher de Xangô (São Jerônimo), Iansã viveu com Ogum (São Jorge), de quem fugiu para viver com a divindade dos trovões e da justiça. Isso despertou a revolta de Ogum, que decidiu perseguir os dois. Numa luta com Iansã e seu rival Xangô, Ogum a dividiu em 9 partes, e esse número está na origem do seu nome, Iansã. Dia da semana – quarta-feira Saudação: Epa hey Oya! Oração de Santa Bárbara Santa Bárbara bendita Que no céu está escrita Com papel e água benta Nosso senhor nos livre desta tormenta Santa Bárbara se vestiu e se calçou Ao caminho se deitou Jesus Cristo a encontrou e lhe perguntou: - Onde vais Bárbara? - Vou a Jerusalém, arramar esta trovoada Onde não haja pão nem vinho Nem flor de rosmaninho Oração de Santa Bárbara Santa Bárbara bendita, que no céu está escrita com isope de água benta abrandai esta tormenta fazei que vá para longe, onde não haja nem pão nem vinho, nenhum só filho de cristão.

(oração que a Lúcia aprendeu com a vó Picucha)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Helga e as garoupas.


Cedo da manhã encontrei com Helga. Ela estava alegre, saltitava batendo os joanetes um no outro, assim como o Carlitos fazia com os calcanhares - a Helga que não me ouça, mas os joanetes dela parecem duas alegorias do Joãozinho Trinta. Bem feito, quem mandou passar a vida com os pés enfiados em bico fino e salto 10? Eu nem toco no assunto dos joanetes, terei que ouvir pela milésima vez que ela não entende como é que aquela mocinha tão bonitinha, a Rosana Jatobá, pode prever o tempo, se ela nem tem joanetes para doer quando vai chover?
- E daí Helga como é que vai a vida?
- Eu vou bem, na mão de Deus e na boca do povo! – fala isto e solta uma gargalhada estrondosa, aquelas que seu pai sempre criticou, na infrutífera tentativa de educar-lhe. Seu pai dizia que não ficava bem uma moça dar estas “gaitadas de galpão”, mas parece que ela se especializou neste tipo de risada - nem te conto: recebi o “décimo”, estou com a carteira cheia de garoupas, todas azuizinhas, a coisa mais lindinha! Você sabe, para mim não tem este negócio de tomar remédio para depressão. Nada de prozac, zoloft, eufor, para depressão, bom mesmo é um cardume de garoupas. Não tem depressão que me pegue.
- Helga, você... – é inútil tentar falar, ela não ouve nada, só fala
- Sabe Dinorah, ando com vontade de comprar um computador, um bem pequeninho, só para fazer palavras cruzadas, o moço da loja me disse que não existe um só para palavras cruzadas. Eu não quero um computador que faça um monte de coisas que eu nem sei fazer. Pra quê? Eu só gosto de fazer palavras cruzadas, é bom – ou será mau? – para o Alzheimer. Ele, o moço da loja, quer me vender um cheio de outras coisas só por que é mais caro, para ganhar uma comissão maior.
A gorducha é exibida! O sonho dela é ter uma poupança igual a da irmã Hilda, mas ela é meio estrabulega, não é chegada em poupar, basta ter uns trocos que já quer jantar fora – como gosta de jantar fora!
Ela fala, fala, e eu só fico pensando, como é que um ser humano destes se criou?
Outro dia, parecia um cardeal, aquele passarinho que tem a crista vermelha. Cortou os cabelos e tacou um vermelho-incêndio e estava se achando a coisa mais linda. Ela anda impossível, e o pobre do Adolfo que ature a velha caduca.
- Tchau Dinorah, vou retocar a raiz (dos cabelos)hoje à noite vou jantar fora com o Adolfo!

E lá se vai a primeira garoupa...