Sente aí meu irmão É uma coisa rara de ver O ano é bom, muito bom Estou feliz podes crer
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Dinorah

Dinorah

sábado, 1 de janeiro de 2011

Helga e o Reveillon de 2011.



- Dinorah, perto da meia noite a gente se encontra na beira da praia!
Ela já havia me azucrinado com suas mandingas de ano novo, dizendo que deveria usar branco e amarelo, bijuterias douradas, folhas de louro, grãos de lentilhas, fita amarela no braço, e mais um monte de simpatias. Próximo a meia noite eu e o Alberico chegamos ao local combinado. Era gente no mundo! Com todo aquele povo seria impossível encontrar minha amiga.
Impossível? Não! Impossível seria não encontrá-la!

A gorducha estava com uma imensa saia branca, muito rodada, e uma blusa amarelo-banco-do-brasil. Usava muitos colares dourados e um imenso girassol no cabelo vermelho. Gritava “agora cheguei lá 2011”. Na mão uma garrafa de champanhe que ela bebia no bico e pela animação imaginei e, em seguida, confirmei - a garrafa já estava no fim, e ela no maior porre.

- Feliz ano novo Dinorah! - Aos pulinhos veio me dar um abraço – Dinorah, como você é sem graça. Esta roupinha branca, só com uma fitinha amarela no pulso. Assim Oxum não vai atender seus pedidos. – Enquanto falava, retirava a metade dos colares do seu pescoço e colocava-os em mim - Olhe só como eu estou. Não estou bonita? – pensei em falar que ela se parecia com um ovo frito, uma bata amarela e uma imensa saia branca rodada. Com aquela montoeira de colares dourados parecia um ovo frito cigano. Ela não me deixou responder, alcançou o champanhe para eu tomar um gole – Bebe! Bebe que nós trouxemos um isopor com mais de meia dúzias destas! É coisa boa, o Adolfo ganhou uma caixa do chefe dele.

Bebemos champanhe a noite inteira. Amanhecemos na beira da praia, todos no maior porre. Tentávamos voltar para casa, mas a Helga ainda cantava, insistindo em eternizar o espírito do ano novo. Mas assim como as pernas cambaleavam, as palavras também embolavam em sua boca. Ela dava suas gargalhadas e se jogava na areia. Virou uma mistura de areia com a água do mar – sim, ela pulou as sete ondas – de dentro do sutiã, no meio dos peitos, saltavam ramos de arruda, folhas de louro, grãos de lentilha, sementes de romã. Da flor de seu cabelo, restava apenas um arame, com um miolo espetado, do que horas atrás havia sido um girassol.

Foi quando o Adolfo, também no maior porre, soltou a língua:

- A meia noite a Helga parecia um ovo frito, agora, parece uma farofa de ovo!

Helga, bêbada, deu uma gargalhada, correu e se jogou nos braços do seu Adolfo, derrubando-o na areia. Abraçada a ele, em altos brados, sentenciou:

- Meu amor! Se prepare, pois este ano você vai ter que se fartar de tanto comer desta farofa! – deu-lhe um beijo na boca, e rindo, cantava:

...”para os casados nenhum uma briga, paz e sossego na vida”...

4 comentários:

  1. Definitivamente é o melhor relato de ano novo que vi! hehehe
    Muito divertido! Adorei a versão 'devolva as bermudas' da sua irmã, que vc comentou no meu blog.
    Você é a primeira blogueira que vou seguir em 2011! Então, que seu ano seja repleto de boas histórias!

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  2. Obrigada Carol, seja bem-vinda. Eu também gosto muito de ler seus post - inteligentes e bem humorados.

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  3. "A meia noite a Helga parecia um ovo frito, agora, parece uma farofa de ovo!" Hahaha Adolfo é muito espirituoso. Não tem como não ser tendo uma pessoa como a Helga como companheira. Poderíamos além de chamá-la de ovo frito, de mulher-hortifrutigranjeiro. Seria bem pertinente!!

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  4. Jesus...como eu ri
    como eu alias, dou risada com você.
    paiaça que escreve bem !!!
    beijosssssss

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