Sente aí meu irmão É uma coisa rara de ver O ano é bom, muito bom Estou feliz podes crer
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Dinorah

Dinorah

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

As expressões de Helga.



- Huhu! Dinorah! - Adivinha se não era a Helga, na sorveteria da orla, tomando uma imensa banana split? – bem diz um amigo meu “atrás de um sorvete sempre tem um gordo” - senta aqui, toma um sorvete comigo que estou precisando conversar. .

- O que foi que aconteceu? – ela não parecia tão eufórica como normalmente.

- Estou um pouco chateada com o Adolfo. Ultimamente ele deu para me criticar. - imagine o que a gorducha andou aprontando para o molóide do Adolfo reclamar.

- O que foi que aconteceu Helga? O Adolfo nunca reclama de suas loucuras.

- Ontem, fomos até a lotérica fazer a mega sena. Falei para o rapazinho que faz os jogos: - Moço, por favor, faça estes dois jogos que estão marcados no cartão e, me dê uma no escuro. – Pronto! Foi o que bastou para o Adolfo esticar o beiço. Na saída perguntei por que ele estava beiçudo e ele me disse que não entendia como uma mulher tão cheia de classe como eu podia pedir para o rapaz da loteria “me dar uma no escuro” – falou que isto era uma vergonha, o que é que o rapaz iria pensar – que eu queria dar “uma” no escuro, que este tipo de jogo se chama surpresinha.

- Helga, você é tão avoada, não pensa antes de falar?

- Dinorah, não me venha com sermão. O Adolfo está implicando com tudo o que eu digo. No Natal fiz um pavê enorme, o Adolfo não é muito de doce, se eu ficasse com toda aquela travessa de sobremesa iria comer sozinha, o que poderia me trazer uns quilinhos a mais. Então, quando voltávamos da lotérica, encontrei o marido da vizinha e falei sobre o doce, que o Adolfo não come, eu estava dando para os vizinhos. Foi o que bastou. Quando olhei para o lado, lá estava o Adolfo atrás de um beição, e veio mais uma bronca - Helga! Como é que você pode dizer que: “estou dando para os vizinhos por que o Adolfo não come?” - Não bastasse me jogou na cara que, outro dia, na praia, eu falei para o vendedor de coco que eu gostava muito dos cocos dele – “Seus cocos maravilhosos! São os mais gostosos da praia!” - Sabe Dinorah, - ela falava com um jeito de quem estava muito magoada, enquanto enfiava uma colherada de sorvete na boca - a gente não pode ser gentil, não pode dar uma sobremesa para um vizinho, não pode elogiar ninguém. Tudo é pecado. Por isto hoje vou encher a cara de sorvete! Se engordar, bem feito pra o Adolfo! Ele merece mesmo uma mulher bem gorda e bem grossa!

Lambendo os dois lados da colher de sorvete, grita para o garçom:

- Moço! Quero mais uma! Sua banana é uma delícia!

Um comentário:

Fale que Dinorah ouve.