Sente aí meu irmão É uma coisa rara de ver O ano é bom, muito bom Estou feliz podes crer
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Dinorah

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Helga e a simpatia para Ano Novo.


- O que foi Helga, porque este sorrisinho dissimulado?


- Não foi nada não, só estava lembrando de um reveillon. - deu uma gargalhada e como é muito barriga fria, não aguentou. – Sabe Dinorah, uma vez fui convidada para o reveillon na casa de uma amiga muito chique. – desconheço qualquer amiga da Helga que não seja “muito chique”, ela só se dá com nobres, ricos, chiques, bonitos e charmosos. – Quando a minha amiga me convidou, perguntei se precisava levar alguma coisa. Minha amiga muito chique disse que não precisava levar nada, só a simpatia. Imediatamente, me destrambelhei rua a fora, percorri todas as lojas de artigos de candomblé e umbanda. Descobri que o orixá regente do próximo ano seria Ogum, e as cores eram vermelho e verde. Comprei várias peças de fitas com as cores do ano, patuás, folhas de louro. Uma mãe de santo de plantão falou que, na virada do ano, deveria tomar um banho de pipoca e milho, em uma encruzilhada. Providenciei tudinho, nem a água de cheiro deixei faltar.


- Você não levou arruda, Helga? Levou? – será que a maluca seria capaz de levar aquela erva tão fedida numa festa tão chique?


- Claro que sim, aquilo fedia como o quê! Cheguei, na casa da minha amiga chique, cheia de pacotes e sacolas. A festa estava rolando, muito champanhe e música, todos de branco na volta de uma imensa piscina. Fui de convidado em convidado amarrando fitas coloridas no pulso de cada um, distribuindo patuás, folhas de louro, o tal raminho da fedida arruda. Ensinei o mantra do ano a todos. Próximo da meia noite, convoquei os amigos para irem até a esquina – para o banho de pipocas e milho. Por sorte a mansão da minha amiga era em uma esquina do também, muito chique, condomínio. Fiz o maior alvoroço. Joguei pipoca e milho em cima de todo mundo. Era pipoca e milho esparramados para todos os lados. Enquanto jogava a pipoca, rodava em círculos, como a mãe de santo havia me ensinado, sete vezes para um lado, sete vezes para o outro, repetindo o mantra do ano. - imaginei aquela criatura gorducha, toda de branco, rodando feito uma pomba gira acima do peso, e soltei uma gargalhada, enquanto ela continuava. - Dinorah, a festa foi até o amanhecer. Tomei um maravilhoso porre de champanhe – era dos bons, coisa de gente rica, sabe? Estava atirada num canto do jardim, virada num bagaço, quando uma mocinha veio falar comigo. Perguntou se eu era mãe de santo. Falei que não - juro que não entendi e perguntei o porquê de sua indagação.


- Por causa do ritual da meia noite – respondeu a mocinha com uma cara de pateta.


- Ah! Querida, é que sou muito amiga da anfitriã e ela me pediu que trouxesse a simpatia – juro que fiquei meio sem graça. Será que exagerei? Quem sabe só uma folhinha de louro fosse o suficiente? – Foi quando a dona da casa, que ouviu a conversa interferiu:


- Helga, eu lhe disse que não precisava trazer nada. Só a simpatia. A sua simpatia!

.......................


- ...Dinorah, este ano a gente só precisa vestir branco, pular sete ondinhas, repetir o mantra do Gilson Chvei Oen – “Tudo perfeito e maravilhoso 2011”, mais umas folhinhas de louro...


- Helga chega! Lá vem você com seu excesso de simpatia!

2 comentários:

  1. Hahahaha Tem como não amar essa criatura? Helga nasceu para BRILHAR! Adorei o ritual, embora não pense em pô-lo em prática Hehe

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  2. kkkkkkkkkk..... Muito bom! Rachei de rir!

    Será minha simpatia de Ano Novo.. pipocaaas rs.

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