Sente aí meu irmão É uma coisa rara de ver O ano é bom, muito bom Estou feliz podes crer
A história de Dinorah você encontra em: DINORACOMAGANOFIM: Muito Prazer! Dinoracomagánofim.



Dinorah

Dinorah

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Helga e a nobreza.


Acho Helga uma boa pessoa. Tem lá seus defeitos, mas tudo compreensível e razoável. Que é muito exibida, todo mundo já sabe, mas ultimamente anda impossível. Deu para jurar que tem um amigo conde. Ora, já expliquei para ela que o Brasil é uma república e não monarquia então, títulos de nobreza não existem. De que adianta? A exibida segue afirmando que se existisse monarquia, seria amiga de um conde sim!
- Dinorah, você não entende nada de nobreza, não tem nenhum amigo nobre por isto, que você implica com minhas amizades. Aliás, ele nunca me disse que era conde, eu é que descobri, sem querer, você sabe o quanto sou abelhuda. Vou lhe explicar como um conde de comporta e então você vai entender por que tenho tanto orgulho de ser amiga de um. – Se empolga e começa a enumerar uma ladainha de qualidades de seu amigo conde.
- Helga, você já me falou tanto deste amigo, vai falar outra vez?
- Vou! Talvez assim você aprenda que um conde em primeiro lugar fala baixo, não ri alto, se veste com elegância. Tem modos diferentes dos plebeus. Tem uma conversa agradável, entende de teatro, cinema, literatura, fala várias línguas, conhece o mundo todo. Sabe apreciar bons restaurantes e bons champanhes. Sabe até jogar besigue.
- Helga, você sabe ser chata! Sei que você é bem fantasiosa, deve ter conhecido algum pilantra que lhe disse que era conde e você caiu como uma pata gorda.
- Deixe de ciúmes Dinorah! Não precisa me jogar na cara que eu só andava com marginal. Eu sei bem que conheci um monte de pilantras, alguns que até roubavam cinzeiros nos restaurantes, outros que adoravam comer pastel na zona norte, ou cachorro quente de balaio na zona sul. Teve até um que me trouxe uma encomenda do exterior, eu paguei o valor que ele falou, só não converti os dólares - mas aí a pilantra fui eu. – ela fala isto e disfarça um sorrisinho de quem se deu bem. - Tá bom, estes existiram sim, mas eu também conheci um conde, não adianta você ficar com ciúmes só porque você nunca conheceu um. Lembra do Raul Cortês quando fez uma novela onde era um barão, casado com a Glória Meneses? O meu amigo é assim gentil como o barão da novela, só que o meu amigo é CONDE – fala isto bem alto, com um imenso peso no ene de coNde. – e conde é mais que barão, então você imagine só como o meu amigo é educado e gentil.
Ás vezes penso que esta gorducha anda assistindo muito filme – já é íntima da Scarlett O’Hara, trata a Glória Pires como amiga de infância, adora fazer compras na Rodeo Drive com a Julia Roberts e agora resolveu que tem um amigo conde. Resta uma dúvida, nunca tive coragem de perguntar, mas hoje ela me paga:
- Helga, então me explique como é que um conde tão chique pode ser amigo de uma plebéia tão destrambelhada?
- Bem Dinorah, é que agora o Brasil é uma republica! – dá uma gargalhada como quem diz: peguei um bobo na casca do ovo. – Helga está cada dia mais caduca, ora, onde já se viu um conde ser amigo deste estrupício.

Um comentário:

  1. Essa Helga é uma metida mesmo, hein? Amiga de conde... O que ainda falta?

    Mas Helga é ótima e eu adoro o jeito maluco dela.

    ResponderExcluir

Fale que Dinorah ouve.