Sente aí meu irmão É uma coisa rara de ver O ano é bom, muito bom Estou feliz podes crer
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Dinorah

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Helga chorando?


Hoje dei uma passadinha na casa a Helga. Bati na porta e levei o maior susto. Helga me atendeu com o rosto inchado de tanto chorar. Assustada, perguntei o que havia acontecido, tivesse esperado um segundo, teria evitado a pergunta. Sobre o sofá, várias almofadas, na mesinha de centro, cigarro, isqueiro, cinzeiro, uma bacia de pipocas, bombons, coca zero, e uma enorme caixa de lenços de papel - arsenal completo para três horas de filme.
- Entre Dinorah, estou assistindo “E o vento levou”, está bem naquela parte em que a Scarlet cai da escada, adoro chorar com este filme!
Eu devia saber, Helga gosta muito de cinema, assiste de Mazzaropi a Wim Wenders, mas tem dois filmes que acredito que ela assista no mínimo uma vez por mês –“E o Vento Levou” e “Uma linda Mulher”. Ela sabe todas as cenas e diálogos de ambos. Acomodo-me no sofá, me sirvo de coca zero. Ela me estende a caixa de bombons enquanto diz que não consegue tomar coca zero sem um chocolate depois, é a melhor combinação do mundo! - Dá uma risada e, parafraseando Scarlet, afirma com convicção:
- “Nuca mais passarei fome!” – e, com a boca cheia de chocolates dá uma de suas gargalhadas. – Sabe Dinorah, eu acho a Scarlet maravilhosa, gostaria de ser determinada como ela, mas como sofreu a bichinha! Aquele Rhett, o que tinha de gostosão tinha de sem vergonha. Ela, também era bem uma patricinha, tenho pena da pobrezinha da Mammy que aturava as manias da dondoquinha. – Aperte mais Mammy! – Helga imita Scarlet dizendo para a escrava apertar-lhe mais o espartilho, - enquanto fala, encolhe a barriga, como se o espartilho estive sendo apertado em sua cintura.
Helga tem uma intimidade com os personagens, é como se fizesse parte do elenco, fosse uma das amigas da orgulhosa Scarlett O’Hara.

Ontem assisti “Uma linda mulher” – a parte em que mais gosto é aquela...
- Aquela em que o Richard Gere sobe a escada e chama a Princesa Vivian? – interrompo.
- Não, não. Esta é legal, mas a que eu mais gosto é aquela em que a Julia Roberts está fazendo compras na Rodeo Drive, cheia de sacolas, e toca aquela música "prety woman, walking down the street, tarãra rã rã” – Helga levanta do sofá e começa a cantar e dançar. Está com um camisetão enorme aparecendo as calcinhas. Dança e canta feliz da vida, ainda sobram alguns resquícios do vento levou, uma ponta de nariz vermelho, mas ela já está em outro filme. Reparo que está com as calcinhas viradas, vestiu a frente para as costas.
- Helga, suas calcinhas estão viradas, você vestiu ao contrário.
- Não vesti não – continua cantando, agora dança em cima do sofá – é assim que eu gosto. Eles fazem estas calcinhas para quem tem bunda e não tem barriga. Eu tenho barriga e não tenho bunda, então descobri que assim, ao contrário fica muito mais confortável – “Pretty Woman tarãrã rã rã Prety Woman tarãrãrã..
A Helga tem tudo para ser a Mammy, mas jura que é a Julia Robert, fazer o quê?


“...pretty womann...tarãrãrã rã...”




Um comentário:

  1. A primeira vez que assisti E o vento levou... eu era bem pequena e foi na casa de uma tia. Não entendi muita coisa, mas fiquei muito chateada porque ela foi desprezada pelo cara que amava, aquele loiro desalmado. Eu choro em filmes, por exemplo chorei horrores ao assistir "A vida é bela", para mim, um dos melhores filmes já produzido. A Mammy é uma fofa!

    A estratégia da calcinha da Helga é ótima. Hahahahaha

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