Sente aí meu irmão É uma coisa rara de ver O ano é bom, muito bom Estou feliz podes crer
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Dinorah

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Hilda e Helga - Telma e Louise da Terceira Idade


E lá se foram elas! A magrela Hilda e a gorducha Helga. Descobriram, que em agosto, chove muito no paraíso tropical, mas nada impediu que aproveitassem o máximo.
Eram as primeiras a tomar café da manhã – elas adoram café da manhã de hotel, sem contar a dor nas costas, que faz com que gente desta idade, não consiga passar das 7 da manhã na cama. Em seguida saiam para passear, fazer compras – muitos “estive aqui e lembrei de você”. Caminhavam bastante, e vez que outra uma gemia de dor nas pernas e a outra de dor nas costas. Sentavam em algum lugar e comiam um quitute e seguiam adiante.
De volta ao hotel, no quarto cheirosinho e arrumado, que elas haviam deixado empestado de fumaça de cigarro, sesteavam e assistiam Sinhá Moça. No fim da tarde, faziam happy hour a beira da magnífica piscina. Pediam café com leite e misto quente, algo que não constava do cardápio, mas que o simpático garçom providenciava, alertando que seria lançado na conta como caipirinha, já que no “sistema” não havia a descrição do excêntrico pedido.
Hilda ensinou uns pontos de tricô, que faziam assistindo Passione e falando mal da Clara – como é vagabunda! Deus me livre ter uma nora destas!
Também trocaram receitas de bolos e dicas de remédios:
Helga disse que se a dor for da cintura para cima toma um Beserol, da cintura para baixo um Buscopam Composto e, no caso de nenhum resolver, um tarja preta quebra qualquer galho. Afirmou que, inclusive para zumbido de mosquito toma um “azulzinho”, como chama, na intimidade, o seu tarjinha preta básico – você dorme e não ouve mosquito algum.
Hilda ensinou a Helga, que para a chapa do fogão à lenha ficar um espelho, se esfrega meio limão, mas o fogão ainda deveria estar quente.
Helga conseguiu, na internet, um modelo de bolerinho que há muito tempo Hilda procurava. Helga é mais esperta para estes assuntos de outros mundos, de vida além da porta, como a internet.
Passearam, comeram muita tapioca e acarajé. Tomaram umas caipirinhas na beira da praia. Lembraram de fatos e pessoas perdidas no tempo. Descobriram que todas as pessoas de quem falavam já estavam velhas, apesar de serem da mesma idade delas. Incrível como os outros envelhecem rapidamente!
Se queixaram de maridos e filhos, e volta e meia comentavam como eles estariam sem a insubstituível presença delas? Aí, batia saudades e ligavam para casa. Do outro lado da linha, ninguém se lamuriava. Pareciam felizes e diziam que estava tudo bem.
- Imagina como estará o Alfredo? Até as cuecas tenho que separar para ele! Resmungava Hilda, meio inconformada com a impressão de felicidade do marido.
- E o Adolfo então? Deve estar tropeçando numa pilha de roupas sujas espalhada pela casa! Comentava Helga com um certo mau humor ao ouvir o marido muito feliz, dizer que estava bem.
Nenhuma comentou com a outra, mas ambas pensaram, se as férias não seriam para os que ficaram em casa – realidade horrível demais para ser comentada, quanto mais admitida.
Para Hilda, as férias renderam uns quatro casaquinhos de tricô para a neta, já a Helga, voltou com umas três capas de almofadas.
As duas tem certeza de que as férias foram uma aventura relaxantemente emocionante. Voltaram cheias de presentes e saudades e foram recebidas com muito carinho e festa.
Um final bem melhor do que aquelas outras duas do filme!

2 comentários:

  1. Que linda essa história! Que emocionante as férias em família! E as descobertas da distância.
    Lindo,lindo,lindo. Que incrível dom de transformar momentos em palavras contadas e.. eternizá-los. Parabéns, Dinorah! Beijo

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  2. Parece que foi melhor do que imaginariam. Que legal essa história mesmo.

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