Sente aí meu irmão É uma coisa rara de ver O ano é bom, muito bom Estou feliz podes crer
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Dinorah

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Lição de casa - feita!

Falei com a coordenadora pedagógica, ela não achou imoral, ilegal, inconstitucional, impedagógico – ou seria melhor despedagógico? – o fato de eu querer dar um tênis para o garoto. Ela se encarregaria de dá-lo sem que ele ficasse sabendo de quem ganhou. Disfarçadamente, mostrei o menino a ela, concluímos o tamanho do pé. Comprei o tênis, ela chamou o menino, falou que tinha um presente para ele. Quando lhe entregou a caixa, contou que os olhos do garoto pareciam saltar das órbitas. Pediu que ele experimentasse. Muito encabulado, foi até um cantinho da sala, tirou os sapatos velhos – foi quando ela viu, através de quase nenhuma sola, o piso da sala. O calçado não tinha mais sola em todo o calcanhar.



Bom, não preciso dizer para ninguém que o garoto, aquele tímido, que pouco falava, que pouco brincava, é outro garoto. Continua educadinho, falando baixo, deve ser característica sua, mas agora está mais risonho, caminha com a cabeça erguida, corre e brinca com outras crianças – ficou maior, acho que andava tão encolhidinho que parecia muito mais miúdo do que realmente é. Na última aula levantou a mão para fazer perguntas, isto nunca havia acontecido antes.


Ele não sabe quem lhe deu os sapatos, mas me olha com uns olhos - aqueles de jabuticaba – com um brilho de emocionar.


Já, eu saltito feliz em saber que tem uma criança um pouquinho mais leve brincando naquela escola.

4 comentários:

  1. Dinorah, é tão bom fazer alguém feliz não é mesmo? Fazer o bem a alguém nos proporciona um alegria inexplicável e não é de jeito nenhum vaidade, é só a felicidade de saber que deixou alguém feliz.

    É interessante observar que como um pequeno gesto descandeou reações tão bacanas.

    Um abraço.

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  2. Fiquei emocionada com essa história. Me fez lembrar de um outro "causo da vida alheia". Meu marido vem de uma família muito pobre, em que tudo ( roupas, sapatos, material escolar, agasalhos) eram compartilhados por muitos irmãos, repassados dos mais velhos para os mais novos. E ele conta, com muita mágoa, de muitas humilhações que teve que aturar por usar calçados com palmilha de papelão, feita pela mãe dele, minha sogra, pra fazer o sapato durar um pouco mais e evitar mesmo o contato do pé com o chão através dos buracos da sola. As vezes um único gesto de um adulto pode mudar totalmente a maneira como uma criança vai se lembrar da própria infância. Parabéns pela sua linda atitude

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  3. Só hoje, depois de um longo e tenebroso inverno (por aqui), li este doce relato, amiga. Como que aqueceu o coração! Pela atitude, pelo anonimato, pela singeleza. És uma estrela. Beijo.

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  4. Jà ouvi e agora li. Ainda me emociono ! Obrigada !

    Intelectual generosa !!!!!

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