Fazia pouco tempo que havia sido assaltada e andava bem paranóica com a impressão de que seria assaltada a qualquer momento. Naquele dia não estava muito animada. No caminho até o trabalho, comecei a sentir uma irritaçãozinha, que aumentava e quando me dei conta estava com ódio, não me pergunte do quê ou de quem – odeio pensar que sou uma pessoa capaz de sentir ódio, mais um motivo para estar odiada. A expectativa de ter como pagar o cartão de crédito era tão real quanto a de arranjar um namorado, daqueles que andam de mãozinhas dadas, que dizem que somos especiais, o melhor que aconteceu em suas vidas.
Enfim, expectativa de dinheiro e de amores = ZERO. Vontade de sumir = MIL.
Foi quando avistei, vindo em minha direção, um rapaz com um jeito suspeito. Entrei em alerta. Ele ainda estava a uma distância razoável, tive tempo de planejar a minha auto defesa. Tirei a sombrinha da bolsa – a minha sempre andou cheia de qualquer coisa que “um dia” pudesse ser útil, só o laquê novinho já dava um bom peso. Planejei: No momento em que este imbecil chegar à minha frente eu bato com a sobrinha na cara dele, dou um pontapé no saco, deixo ele caidinho no chão, bato muito com a bolsa - com o laquê dentro, lembra? Chuto mais uma vez o saco. Grito! Grito muito: - Filho da puta! Sem vergonha! Infeliz!
O rapaz se aproximava e eu me sentia como se, sozinha, fosse uma tribo inteira daqueles índios que surgem de surpresa, aos milhares, por detrás de uma colina, prontos para atacar o General Custer. E o rapaz estava mais perto, e a sombrinha já estava na mão certa, e a alça da bolsa enrolada na outra mão. Eu já estava quase babando de ódio e prazer imaginando que teria em quem desancar toda a minha insatisfação, minha ira. O rapaz chegou perto, mais um pouquinho e estaria no ponto para receber a primeira bordoada.
Infelizmente, não sei por que, ele passou reto, sequer me olhou, como se eu não existisse. Aquilo me deixou ainda mais irritada.
Guri dos infernos!
...não consigo lembrar se estava com TPM.
Ahahahahahahahahahahaha!
ResponderExcluirSei bem como ee essa sensação!
Acho que era TPM, daquelas, viu!
Adoro essas histórias!
bjcas
PAola
Haja frustação! Rachei de rir com o possível assalto. Além disso, é bom saber que carregar um frasco de laquê na bolsa pode ter uma boa utilidade.
ResponderExcluirhehehe
ResponderExcluirNão sinta-se culpada. A gente - sim me incluirei nessa- tem um instinto animal que as vezes vem com tudo. E se eu tivesse batido em todas as pessoas que julguei merecedoras e do jeito acrobático e fantástico que imaginei...nem sei.
Adorei os comentários no meu blog. Amei suas pelavras e saiba que me fez sorrir :)
beijos
Olá, eu tb sinto odio as vezes, muito lindo aqui, abraços
ResponderExcluirmenina que alegria acordar com seu recado lá no meu espaço !
ResponderExcluirvim te conhecer e você é HILÁRIA !
amei.
amigas ? ok ! amigas
hahahahahha
beijos e bom dia
Hahahaha Acontece mesmo isso quando a gente quer descarregar o ódio e a situação não deixa. É frustrante!
ResponderExcluirVixe! E que TPM mulher! Hahaha...
ResponderExcluirMesmo sem TPM tem dias que o humor nos prega uma dessas..E escrever alivia, né? Grande abraço!