Sente aí meu irmão É uma coisa rara de ver O ano é bom, muito bom Estou feliz podes crer
A história de Dinorah você encontra em: DINORACOMAGANOFIM: Muito Prazer! Dinoracomagánofim.



Dinorah

Dinorah

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

PONTO DE VISTA

Às vezes a felicidade é só uma questão de ponto de vista.

Feliz 2013!

(Itacaré/BA, 29/12/2012, foto de Odilon, sem nenhum nenhum efeito especial - a mão é minha!)




terça-feira, 11 de dezembro de 2012

AMÉM!

Acabou o ano letivo, só falta o Conselho de Classe!


No início do ano fiquei assustada, pensei que não venceria, que não daria conta de onze turmas de 5ª série, cerca de 450 alunos, dos 11 aos 17 anos.


Para minha surpresa, o ano acabou num piscar de olhos. Estou aqui, muito saudável, seguindo a risca o preceito de Nietzsche – “o que não nos mata nos fortalece” - traduzido por minha vó Vina: “O que não mata, engorda”.


Não morri, logo...


Deste ano levo várias recordações como a dos dias que saía de casa cansada, achando que não venceria o caminho até a escola – o caminho mais rápido leva cinco minutos a pé. Já o mais longo, com vista para o mar, cerca de 10, com direito a parada para admirar a paisagem.


Nestes dias em que me achava muito cansada, normalmente voltava muito falante, contando o que tinha assistido, como por exemplo, o causo do cachorro.


- Este é o “Lavrador de Café”, uma das obras mais famosas de Portinari.


- Professora, onde está o cachorro?


- Que cachorro?


- o Lavrador, ôxi!


Bem, eles me sugaram muita energia, mas admito, suguei muito mais deles.
....


No momento em que escrevia, ouvi batidas no portão. Fui atender e lá estavam alguns alunos que, durante este ano, me visitaram várias vezes, tomaram vários refrigerantes e comeram muitas bolachas por aqui. Eles acham o máximo me visitar, bisbilhotar, perguntar sobre tudo. Ficam felizes quando digo que não tenho filhos, pedem para ser adotados.


- Vocês estão doidos? Não basta aguentar vocês na sala de aula ainda querem morar comigo? Deus é mais!


Mas hoje a visita foi rápida.


- Professora, nós só passamos para avisar que passamos de ano, vamos para a 6ª série!


Abraço, beijo e digo:


- Antes que vocês percebam, estarão passando aqui para dizer que já estão na faculdade...


AMÉM!



domingo, 5 de agosto de 2012

Cadum tem a manicure que merece...

- Dona Dinorah, não vou poder lhe atender hoje. Me deu um torcicólogo no pé. Acho que vou tomar um banho de folha. Minha humanidade está tão baixa que nem bem me curei de uma gripe e acontece esta miséria com meu pé....

domingo, 22 de julho de 2012

O que é um rouxinol?

Dia 10 de agosto Jorge Amado completaria 100 anos, razão pela qual as escolas, principalmente na terra do Amado Jorge, estão falando, ensinando, discutindo o autor. Como sabemos, Jorge era especialista em apimentar seus romances com muito sexo e “ousadias”. “O Goleiro e a Bola” e “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, este último escrito para seu filho João Jorge, como presente de aniversário pelo seu primeiro ano de vida, são os únicos infantis.


O Gato Malhado é uma das obras mais lindas que já li, é de uma poesia, uma delicadeza, uma inteligência, coisas do genial Jorge.


Contando a história, ouvi outras:


-... Então, apesar do Gato e da Andorinha serem apaixonados um pelo outro, ela se casou com o Rouxinol...


- Professora, o que é um rouxinol?


Outro aluno, na ânsia de resolver o problema do colega, atropela e responde:


- Rouxinol é o apelido do penico de meu avô!


Explico que o “apelido” do penico não é rouxinol, é urinol.


Dúvida esclarecida, passamos aos desenhos.


Um gato, com os braços em posição atlética, cheio de muque – era o Gato Sarado. Explico que o gato é MALHADO, isto é, com malhas, listras e não sarado de exercícios. Adiante corrijo: O nome da Andorinha é SINHÁ e não Sem Ar.


Jorge era poeta, um escritor genial, tinha imaginação, mas imaginação mesmo tem esta criançada maravilhosa!


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Desde o Natal estou recebendo visitas, o que deve se prolongar até o carnaval. Afinal, quem não quer passar uma temporada na paradisíaca Marambaia?
Visita é bom, mas que cansa, cansa. Dizem que é como peixe, que depois do terceiro dia começa a feder.
Confesso que não concordo, de forma tão taxativa, com o ditado.
Algumas visitas já começam a feder nos primeiros cinco minutos – aquela que trouxe o cachorro-filho para almoçar na mesa conosco, colocou o pratinho de ração ao lado do meu – que não era de ração - e dizia para o bichinho: - Come filhinho, a titia (eu) está comendo tudinho. Depois, quando o bichinho, perdão, filhinho, fez cocô no meio da sala ela ficou muito feliz: Que bom! Ele já está se sentindo à vontade!
Tem visita que vem abarrotada de picanha e costela gorda, vinho, temperos variados, são generosas, tentam não atrapalhar o ritmo da casa.
Outras possuem um ritmo diferente, mas não atrapalham, “são de casa”. Uns mais aloprados, falam e riem alto. Outros mais contidos preferem apenas observar e não comentar. Tem os que comem de tudo – até bolo solado e dizem que nem está tão ruim assim. Tem aqueles para quem nada é bom o suficiente. Os que saem e voltam com uma coca cola, ou cerveja. Já outros usam o seu xampu, filtro solar e ainda reclamam que não é o ideal para a sua – a dele - pele ou o cabelo. Os extrovertidos que exibem suas conquistas, e os calados, ninguém jamais saberá quantos títulos possuem. Os que vão embora e deixam um sem número de objetos, desde havaianas, chapéus, cremes. Os que tiram a roupa que estão usando, porque que você elogiou – Fique com ela! Depois compro outra! Os intelectuais generosos, que trazem os bons livros que já leram. Os intelectuais egoístas que, enfiando rapidinho o livro na mala pensando consigo mesmo: - Já li, mas você jamais saberá o que está escrito nestas páginas!
Os doidivanas, que saem com você, pagam jantar no restaurante mais caro do lugar, pedem o melhor vinho e escolhem você para compartilhar este momento de prazer.
Tem aqueles que antes de ir embora, compram algo que sentiram que estava fazendo falta em sua casa.
A conclusão é a seguinte: visitas são uma pequena amostragem dos seres humanos que habitam a terra. Descobri que se dividem entre generosos e egoístas. Assim como imagino que se divida a humanidade.
Descobrir o que faz uma pessoa ser generosa não é difícil. Acredito que o simples fato de compartilhar, seja lá o que for material ou emocional, já é o próprio prazer.
Descobrir o prazer que o egoísta sente foi mais difícil, sem ainda ter certeza, acredito que o egoísta sente prazer em contabilizar o quanto pode tirar proveito do outro – tipo assim: - Usei uma mãozada de xampu alheio, logo, economizei o meu! Oh! Que prazer! Ou: - Ele estava querendo um abraço, um carinho, um elogio, mas não dei! Eu sou o máximo! Não dou nada! Só exploro os incautos generosos.
Assim, entre generosos e egoístas vou avaliando quanto tempo o peixe leva para feder e confesso que, já sinto uma baita saudade de algumas visitas que já se foram...






... Mas que vou descansar um pouquinho, vou!